quarta-feira, 14 de maio de 2014

Carta a uma amiga.



Querida amiga,

Outro dia passei pela sua casa e vi que continua a mesma, janelas fechadas, quieta, com o mesmo carro na garagem. Você continua com o mesmo número de telefone? O que mudou?

Lembro-me das nossas conversas intermináveis e às vezes (muitas das vezes), sem qualquer contexto, mas que me acalmavam, faziam com que me sentisse sua melhor amiga.. O que mudou nesse tempo?

Lembro-me da tua força, dos teus sonhos intermináveis, teus amores platônicos e quase impossíveis, do teu jeito tão parecido com o meu e ao mesmo tempo tão diferente. Lembro-me dos conselhos que me pedia a qualquer hora do dia ou da noite e que por muitas vezes menti só para te fazer acreditar que aquilo que buscavas talvez desse certo.

Posso dizer o quanto eu lhe admirava, tua inteligência, teus conselhos a quem pedia, teu carinho e cuidado.

O que aconteceu amiga?

Quem abafou seus sonhos? Quem tirou tua vontade de crescer, de sair da casa fechada, de dar o primeiro passo, de procurar e encontrar um novo amor para chamar de seu novamente?

Os dias, meses e anos se passaram rápido demais, parece que estamos de férias e vamos nos encontrar ano que vem.

Mas não, muita coisa mudou.

E eu te aconselho, como amiga, como melhor amiga, não fique parada, não deixe que lhe digam o que fazer ou não, que rumo tomar ou quando tomar. Vá atrás, mesmo que dê tudo errado, eu fiz isso.

Se deu errado? Deu sim, várias vezes, mas eu tentei, me arrisquei e hoje consegui o que queria, não tudo, mas estou caminhando aos poucos.

Amiga, sinto sua falta e espero que a grande mulher que existe ai, e que eu conheci, ainda lembre de todos os nossos sonhos, de todos os seus sonhos e que, de uma vez por todas, escancare a janela.

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